Felini se definia como "um artesão que não tem nada a dizer, mas sabe como dizê-lo".
Seus primeiros trabalhos foram iniciados como caricaturista, posteriormente fez desenhos animados para jornais e revistas.
Em Roma, tem seu primeiro contato com o mundo do espetáculo e do rádio, quando começa a escrever scripts e comédias. Foi nos anos da guerra que seus scripts tiveram a participação de grandes atores e diretores da época.
Em 1952 escreve o primeiro filme exclusivamente seu "Lo sceicco bianco" - "O Sheik Branco".
Com "I Vitelloni" (1953), Fellini sendo conhecido fora da Itália, recorre pela primeira vez a suas lembranças, a adolescência em Rimini e seus personagens excêntricos e patéticos. O protagonista é um jovem que sai de sua província em direção à cidade grande, como fez o próprio Fellini. Participou também neste ano como diretor de um filme-revista, liderado por Cesare Zavattini, Riccardo Ghione, Marco Ferreri.
Em 1954, com "La strada", um de seus trabalhos mais ternos e poeticos, chega ao primeiro Oscar.
O segundo Oscar alcança logo em 1957 com "Le notti di Cabiria", no qual mostra uma prostituta ingênua e generosa, que paga com atrozes desilusões a confiança que põe no próximo - com a interpretação de sua própria esposa, Giulietta Masina, a qual ja havia interpretado seu primeiro filme ("Lo sceicco bianco").
Em 1959, com “La Dolce Vita” (“A doce vida”), um afresco subjetivo que ganhou a Palma de Ouro em Cannes, com um filme que contradizia as estruturas tradicionais de narrativa, foi a transição do seu próprio estilo, do neo-realismo para o simbólico. Na estréia, o filme causou um escândalo, sobretudo no Vaticano, que reprovava as cenas eróticas, o que também faz chegar até o parlamento. Foi "um filme que contrariava os valores da sociedade moderna e, em particular, romana" (moderna, sofisticada e decadente), segundo Fellini "um filme que foi além do próprio filme". A filosofia de viver o hoje, de forma hedonista, está presente em seus personagens.
"La Dolce Vita" é um marco na cinematografia de Federico Fellini o qual comemora seu 50ª aniversário. Este ano a Fundação que cuida da memória do saudoso diretor segue fazendo as devidas homenagens, tendo A Doce Vida como centro de uma série de apresentações de seus longas e curtametragens, dança, teatro, todas estas na cidade de Rimini.
O termo “Felliniesco” é empregado para descrever qualquer cena que tenha imagens alucinógenas que invadam uma situação comum.
Eduardo Zampar Morelli.
Maiores informações: http://www.federicofellini.it/default.asp
Filmografia (Título original e sua versão no Brasil)
Como cineasta:
Ano
1950 Luci del varietà* - Mulheres e Luzes
1952 Lo sceicco bianco - Abismo de um sonho
1953 I vitelloni - Os boas-vidas
1953 L'amore in città** - Amores na Cidade
1954 La strada - A estrada da vida
1955 Il bidone - A trapaça
1957 Le notti di Cabiria - As noite de Cabíria
1960 La dolce vita - A doce Vida
1962 Boccaccio '70*** - Boccaccio '70
1963 8½ - Oito e meio
1965 Giulietta degli spiriti - Julieta dos espíritos
1968 Tre passi nel delirio**** - Histórias Extraordinárias
1969 Satyricon - Satyricon de Felliniou Fellini - Satyricon
1969 TV Block-notes di un regista - Anotações de um Diretor
1971 I clowns - Os Palhaços
1972 Roma - Roma de Fellini
1973 Amarcord - Amarcord
1976 Il Casanova di Federico Fellini - Casanova de Fellini
1978 Prova d'orchestra -Ensaio de Orquestra
1980 La città delle donne - Cidade das Mulheres
1983 E la nave va - E la nave va
1986 Ginger e Fred - Giger e Fred
1987 Intervista - Entrevista
1990 La voce della luna - A Voz da Lua
(*) co-creditado a Alberto Lattuada(**) segmento Agenzia matrimoniale (Agência matrimonial)(***) segmento Le tentazioni del dottor Antonio (br/pt:As tentações do doutor Antônio/António)****) segmento Toby Dammit
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