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domingo, 27 de maio de 2018

A Ocarina di Budrio

Você já ouviu falar da Ocarina? Provavelmente não, mesmo sendo um legítimo descendente de italianos...

A Ocarina é um instrumento de sopro globular feito, geralmente, de porcelana, terracota, madeira ou pedra. A ocarina pertence à família das flautas e é um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo. Possui geralmente a forma oval tendo de quatro a doze furos para os dedos, porém há algumas variações nesse desenho. Um tubo de passagem de ar projeta-se de seu corpo servindo de bocal. O tom varia com o tamanho, de muito estridente e penetrante para o menor, mais grave e redondo no maior.

A Ocarina pertence a uma família muito antiga de instrumentos, sendo que a ocarina mais antiga já encontrada tinha aproximadamente 12.000 anos.  As ocarinas foram marcadas nas culturas maia (criação da ocarina), italiana (aperfeiçoamento da ocarina) e alemã (versões da ocarina como o gemshorn).

O uso comum da ocarina nos países ocidentais data do século XIX, quando sua forma original (maia) foi aperfeiçoada pelo italiano Giuseppe Donati. O nome "ocarina" é derivado do italiano "oca" (espécie de pato) por sua semelhança com a cabeça de um.

Giuseppe Donati, que nasceu na província de Budrio em 2 de Dezembro de 1836, já tinha percorrido as escolas primárias do latim, tinha aprendido teoria musical e piano, e tocava clarinete na banda de sua cidade natal -  Budrio  - e também órgão nas igrejas, quando ocorreu-lhe fazer uma brincadeira. Ele imaginou um instrumento musical semelhante a Ocarina feito de terracota que ainda vendem em exposições, com seu bico, sua cauda e abaulamento. A diferença entre elas era o gênero musical e como a ocarina soava. Com esse seu modelo “de brincadeira” era possível fazer qualquer melodia simples, no entanto, com a extensão de uma oitava.

A “brincadeira” agradou aos músicos de Budrio e Donati criou uma outra ocarina, desta vez, no entanto, nenhum som se fez. Ele fez o barro com um objeto semelhante a uma corneta, mas o objeto não deu certo: o cano condutor de ar se soltou. A parte sobrevivente se manteve de uma forma tal que revelou para Donati a ocarina definitiva, destinada à popularidade. Então Donatti decidiu incluir outros furos para que todos os dez dedos das mãos permanecessem em posições confortáveis.

O jovem Donati, então com dezessete anos, se tornou um sucesso em Budrio. Foi então que Donati fabricou cinco ocarinas de diferentes tamanhos, incluindo graves e agudos, em uma extensão de notas igual ao do piano. Os cinco instrumentos foram entregues a cinco músicos de Budrio, escolhidos entre os mais entusiastas da música, incluindo o jovem Donati. Eles formaram o "Concerto de Ocarinas" que por várias semanas, deu a volta na cidade todas as noites, tocando em bares e casas particulares.

No início o repertório compreendia apenas músicas de dança, em seguida, passou também a incluir a música de ópera. A fama do “Concerto de Ocarinas” logo cruzou os muros da cidade, chegando a alguns quilômetros de distância, por exemplo, em Molinella. Na época no teatro de Molinella havia uma companhia de comediantes, mas o negócio seguia muito mal: o público não comparecia. Era necessário encontrar um espetáculo que atraísse as pessoas. E encontraram: as ocarinas de Budrio. O resultado não poderia ser melhor: a "casa cheia".

O sucesso foi relatado imediatamente por um jornal de Bologna. Por tal razão foi a Budrio o proprietário de um famoso teatro de Bologna na época, Teatro Brunetti. O proprietário então organizou dois concertos que foram um triunfo. De Bologna passaram a ser apresentar também em Ferrara, Pádua e Trieste.

Apesar do sucesso do “Concerto das Ocarinas”, em virtude de problemas com empresários e também entre os integrantes do grupo,  ao retornar a Budrio de uma turnê entre diversas cidades italianas, o grupo decide se separar. O quinteto morreu onde nasceu.

Com o fim do "Concerto de Ocarinas", o inventor Donatti então recomeça a fabricar seu instrumento de barro. Ele passa a vendê-las todos os domingos em exposições próximas, com grande sucesso. Ele também conseguiu combinar o negócio com os comerciantes da Alemanha e da Áustria. Ele levou então a fábrica de Budrio a Bologna, e depois de muitos anos,  a partir de Bologna para Milão.

Milhares de ocarinas saíram de suas mãos.  Apesar do sucesso nas vendas – inclusive fora da Itália - diversos infortúnios familiares abriram grandes buracos em suas finanças. O velho Donati morava em um cômodo, temendo ser despejado e se tornar um "sem teto". Para ele mudar de casa sempre foi um grande problema: onde encontrar um forno para preparar as ocarinas? Donati se tornou um velho pobre, misterioso, lendário: com um roupão grande em volta do seu corpo ossudo e comprido, com uma boina escura na cabeça...

Em 1870 dois budriesi começaram a fabricar ocarinas em Paris, antigos membros do complexo ocarinístico de Budrio, Ercole e Alberto Mezzetti. Posteriormente os dois se separaram, e Alberto abriu sua própria oficina em Londres.

Em 1878, em Budrio, quando Giuseppe Donati já havia emigrado para Bologna, Cesare Vicinelli começou a fazer ocarinas no lugar chamado "Fornace Silvani". O filho de um forneiro, e ele também um forneiro esperto e com bom conhecimento de música e tocador de ocarina, além de guitarra, trombone e bombardino, fabricou ocarinas que rapidamente tiveram sucesso em virtude da qualidade do som, entonação e estética; ele também criou moldes especiais, de modo que conseguiu produzir ocarinas em quantidades muito superiores às produzidas pelo próprio Donati. Cesare Vicinelli, quando morreu, em março de 1920, deixou seu ateliê e sua casa, com todos os móveis e todas as ferramentas, para Guido Chiesa, que o ajudava há vinte e quatro anos.

Guido Chiesa, nascido em 1884, já tinha trinta e seis anos e até então vivia principalmente trabalhando com os pais, que eram jardineiros. Ele não aprendera muito com os Vicinelli que trabalhavam cercados de segredos; mas com seus instrumentos, talento e notável instinto musical, conseguiu preservar o bom nome da oficina budriese. Ele fabricava uma média de vinte a trinta ocarinas por dia, que foram enviadas para todas as partes do mundo.

Contemporâneo da Chiesa é outro budriese: Emilio Cesari. Conhecedor da música e talentoso músico, Cesari tinha trabalhado no laboratório de Cesar Vicinelli enquanto ainda era estudante do Conservatório de Bologna, e tinha então equipado uma oficina, em Budrio, onde ele fabricou ocarinas de 1920 a1927 , ano em que emigrou para Bologna. De 1925 a 1927, também dirigiu o Grupo de Ocarina de Budrio, que reorganizou e tornou-se assim também uma ocarinista qualificado, mas não se exibiam em público com esse instrumento, exceto nos divertimentos de caráter familiar. Mudou-se depois para San Remo, como músico da orquesta do Cassino naquela cidade, e em 1940 retomou suas atividades de fabricante de ocarinas, que estava prestes a ganhar uma certa notoriedade, tanto na Itália como no exterior.

Outro construtor budriesi foi Arrigo Mignani, que se juntou ao concerto de ocarinas de Budrio em 1963, e se interessou pela construção deste instrumento. Ele contatou Guido Chiesa propondo-se a dar continuidade a sua atividade e pedindo-lhe que lhe ensinasse como fazer ocarinas. Chiesa reivindicou para a venda do negócio a cifra de vinte milhões de liras, uma quantia considerada exorbitante por Mignani que naqueles anos tinha comprado uma casa pela soma de três milhões. Ele conseguiu entrar em contato com os herdeiros de Emilio Cesari, que lhe cederam o equipamento não utilizado da fabricante Sanremo por um milhão de liras. Em 1964, Mignani foi capaz de apresentar seu primeiro concerto de ocarinas completo e assim continuou a tradição budriese por uns bons vinte e oito anos.

Todavia, um belo dia Arrigo Mignani decide fechar as suas portas praticamente sem deixar herdeiros. Naquela época, a ocarina era um instrumento de quase cento e quarenta anos de idade; a partir do primeiro exemplo, feito em 1853 por Giuseppe Donati, numerosos construtores se revezavam, alguns dos quais em locais distantes de Budrio. Ao longo dos anos tanto a forma quanto as qualidades musicais da ocarina foram mudadas, por fabricantes que buscavam uma produção maior, em detrimento daquelas qualidades musicais presentes nas ocarinas do inventor, e especialmente nas de Cesare Vicinelli consideradas por todos os "Stradivari" das ocarinas.

Nesse momento surge Fabio Menaglio. Nascido em 2 de dezembro de 1967, formou-se no instituto profissional de indústria e artesanato, e sua primeira experiência profissional foi como designer mecânico e programador. Ele estudou violão clássico e solfejo por vários anos com um professor do Consevatorio de Bologna e depois passou a se dedicar ao piano e órgão, bem como, claro, a ocarina. Menaglio decidiu aprimorar a ocarina, mudando inclusive a sua  última aparência de "brinquedo musical" ou "ferramenta para as férias, as feiras, as danças na praça ", refinando assim a ponto de ser um verdadeiro instrumento de concerto.

É de fato no fabricante Vicinelli que Fabio Menaglio é inspirado naquele momento. Com todos os meios e experiências que obteve em seus estudos e nas diferentes profissões realizadas até então, passou a analisar e comparar a obra de Vicinelli à essência pura. Menaglio passou a buscar a autêntica veia tradicional de um instrumento que de outra forma teria morrido entre imprecisões factuais de duas gerações de construtores.

Com uma produção escrupulosa e precisa de excelente qualidade artística, desde 1989 Fabio Menaglio construiu uma sólida rede de clientes internacionais, levando suas ocarinas para diversos países, desde Japão, Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda e Canadá. As ocarinas de Budrio são muito apreciadas e comercializadas pela casas líderes de instrumentos musicais.

Atualmente a maior empresa produtora de ocarinas do mundo é a STL Ocarina, nos Estados Unidos.
Recentemente a ocarina foi descoberta por muitas pessoas quando a Nintendo lançou o jogo The Legend of Zelda: Ocarina of Time, onde o protagonista Link toca uma ocarina azul conhecida como Ocarina of Time.

http://www.ocarina.it
http://www.ocarinafestival.it/?lang=en
por: Paola Budriesi

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