Marietta Sabatini – uma vida dedicada
à Pellegrino Artusi
Marietta Sabatini, nascida em
Massa e Cozzile pequena cidade da província de Pistoia, foi contratada como copeira e cozinheira por
Pellegrino Artusi por volta de 1887-1888, e acompanhou-o de forma discreta,
fiel e eficiente até a sua morte.
Governanta, também acompanhava
Artusi durante o verão às montanhas de Pistoia, aos balneários de Montecatini
ou a Viareggio, é ela que nos revela ao costumes cotidianos do venerado mestre,
quem ele freqüentava, suas paixões e, particularmente, seu amor pelos livros.
Em uma entrevista de 1932,
publicada na “Cucina Italiana” conta que a única diversão de Artusi era
escrever. Começou a escrever seu principal livro quase como brincadeira. Mais
tarde, percebendo que o livro estava ficando bom, se apaixonou. Pouco a pouco
começou a corresponder-se com pessoas de todas as classes sociais e de todas as
regiões da Itália. Escrevia sempre. Acordava cedo e escrevia até a hora do
almoço. Depois recomeçava a escrever por algumas horas. Era um continuo
alternar entre o estúdio e a cozinha, entre a caneta e as panelas.
Experimentava todas as receitas, uma a uma. A cozinha era para ele um campo de
ação, um local de estudo.
Artusi era um terrível juiz dos
pratos. Sabia reconhecer, apenas saboreando, os ingredientes e encontrava
qualquer defeito imediatamente.
A Associação das Mariettas
- Origem e objetivos
Em honra à Marietta Sabatini, foi
constituída a “Associazione delle Mariette” (Associação das Mariettas). O
escopo desta associação é o de valorizar a cozinha caseira e as tradições
gastronômicas populares através da pesquisa, da comunicação e da formação com
uma especial atenção reservada à cozinha emiliano-romagnola. A “Associazione
delle Mariette”, que já tem mais de 100 associados, desempenha um papel
fundamental na Escola de Cozinha da Casa Artusi.
As Mariettas colaboram com a
Escola de Cozinha através da aplicação de suas próprias experiências adquiridas
nas cozinhas de suas próprias casas e ensinam nos cursos práticas dedicadas à
confecção da “sfoglia” (massa estirada), da massa fresca com ovos elaborada à
mão e estirada com rolo (“matarello”) da “piadina”, do pão da Romagna, lado a lado com os alunos:
as mãos das Mariettas são professoras especializadas e sabem ensinar melhor do
que as palavras.
- À procura das Mariettas de hoje
Pasta seca ou fresca não faz
diferença. O importante é executar um primeiro prato inspirado na cozinha
doméstica de quem uniu a Itália à mesa: Pellegrino Artusi. É o “Premio
Marietta” direcionado à cozinheiros amadores, dedicado à Marietta Sabatini, a
fiel governanta de Artusi. Promovido pela cidade de Forlimpopoli em colaboração
com a Casa Artusi, moderno centro de cultura enogastronomica dedicado à cozinha
doméstica italiana. Esta iniciativa presta homenagem às ”Mariettas de Hoje”.
Tanto homens como mulheres podem participar do concurso colocando em jogo as
próprias habilidades e estimulando a criatividades desde que a inspiração venha
do célebre manual artusiano: “La scienza
in cucina e l’arte di mangiar bene”.
A edição mais recente deste concurso (2017) teve como vencedora Rosmunda
Cristiano que com a sua receita “Calzoni di pasta fresca all’uovo con ripieno
di salsiccia e friarielli, serviti con colata di Mozzarella di Bufala Campana
Dop e cialda croccante di mozzarella” seduziu o júri recebendo o primeiro
premio. A presidente do júri, Verdiana Gordini, resumiu assim o
julgamento: “Escolhida por unanimidade, surpreendeu à todos pela experiência,
tradição e apresentação”.
- Divulgação do trabalho
O trabalho das “Mariettas” tem
sido divulgado através de grande parte da mídia. O acontecimento mais recente aconteceui
em 11 de setembro de 2017 onde elas se apresentaram na RAI, no tradicional
programa culinário “La prova Del Cuoco” apresentado por Antonella Clerici. Saíram
de Forlimpopoli, e munidas de aventais e toucas brancas, levaram aos estúdios
da RAI o entusiasmo e a paixão que as distinguem e souberam representar muito
bem, como já havia acontecido em muitas ocasiões e em várias partes do mundo, o que de melhor sabem fazer: a cozinha
caseira da Romagna.
Por: Annalisa Fazzioli Tavares - Diretora Social do Circolo Emilia-Romagna di San Paolo
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