
Nesta busca artística, Bellantuono volta seu olhar para os elementos naturais e as formas criadas por eles. Pugliese de ação, o fotógrafo e creative designer ítalo-brasileiro concentrou todo seu trabalho na poesia natural do território da Puglia e em seu cartão de visitas mais característico: as Oliveiras Seculares.
Vestígios seculares “L’urlo dell’Ulivo” [O grito da Oliveira]
A célebre fotografia L’Urlo dell’Ulivo, há muito tempo no acervo da biblioteca científica do Munch Museum de Oslo. A fotografia nasceu de uma reflexão especial sobre as formas antropomórficas e zoomórficas que a natureza concede a quem as sabe procurar.
A reflexão intimista das fotos segue os cânones de Munch, que em um famoso escrito definiu sua arte “uma tentativa de esclarecer para si mesmo qual a nossa relação com a vida, uma espécie de egoísmo, com o qual ajudar outros a verem mais claramente”.
Cada fotografia apresentada na mostra, cativa quem a olha graças à profunda carga emotiva, buscada entre as formas ancestrais desses testemunhos históricos da natureza, figuras de contornos irreais, mas impregnadas de uma materialidade completamente terrena.
Autênticas esculturas vivas, as Oliveiras tornam-se o repositório da história da Puglia e dos Puglieses, que muitas vezes esquecem seu valor histórico, artístico, econômico e turístico.
Assim, renovando seu tributo ao território da Puglia, os irmãos Bellantuono fizeram de nossa paisagem um “tema-objeto” de arte.
As fotografias desta exposição foram feitas na planície das oliveiras, uma zona da Região Puglia ao sul da província de Bari, que compreende as cidades de Monopoli, Polignano, Fasano e Ostuni, nesta área geográfica há uma grande quantidade de Oliveiras Seculares.
Raízes da Puglia
“é uma viagem metafórica para as raízes de uma humanidade de fronteira” – onde se vive o limite como duplo sinal de divisão e união.
O fotógrafo e creative designer José Carlos Bellantuono analisa esta sua nova mostra à luz de seu passado e de seu presente: “Duas culturas, duas vidas que não se anulam nem se negam, tanto na arte quanto na vida”.
A linguagem adotada é a fotografia e a escultura, duas formas de arte diversas e divergentes, mas sob a égide da mesma vontade: fazer da paisagem natural de nosso território um objeto (tema) de arte.
Apesar do nome, o projeto “raízes da Puglia” inicia-se no Brasil durante uma viagem do autor no nordeste desta imensa nação.
Visitando o Instituto de Artesanato Baiano MAUA, o fotógrafo adquire esculturas em carvão do artista brasileiro Roberto Nascimento Dos Santos. A singularidade de suas obras está implícita na mensagem ecológica e artística que estas demonstram.
Assim como troncos e raízes, desenhados pelo fogo, enfatizam o problema mundial do desmatamento da Amazônia, as Oliveiras seculares também podem nos mandar um pedido de
ajuda.
As raízes, sinais da vida que existia e existirá, tornam-se sinais de arte e homenagem ao mais significativo símbolo de nossa região.
Nascido em São Paulo, Brasil, em 7 de outubro de 1969, José Carlos Bellantuono forja seu sentimento artístico, inicialmente no estúdio fotográfico da família e, depois, nas múltiplas experiências de trabalho no setor da comunicação.
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