A idéia da construção da biblioteca é atribuída aos Frades Fanciscanos com apoio de Malatesta Novello, senhor de Cesena, e teve início em 1447. O arquiteto responsável foi Matteo Nuti da cidade de Fano, que se inspirou na biblioteca do convento de San Marco em Firenze. A abertura ao público foi no dia 15 de agosto de 1454.
Sob a porta de entrada está o Elefante, símbolo dos Malatesta, com o seguinte dizer : “O elefante indiano não teme os pernilongos” provavelmente se referindo aos Da Polenta, senhores de Ravenna. A porta em madeira maciça e escura é obra de Cristoforo da San Giovanni. Com a data de 15 de agosto de 1454, é toda entalhada no estilo gótico com rosas de quatro pétalas e elicóides, além do brasão da família Malatesta, também reproduzido nas colunas internas da Biblioteca e sobre os cinqüenta e oito bancos de madeira onde estão guardados os códigos.
Ao entrar na Biblioteca tem-se a impressão de estar numa pequena e verdadeira “igreja em miniatura”. As janelas localizadas nos dois corredores laterais são responsáveis por toda iluminação natural, o que impede a destruição dos códigos. As cores utilizadas na construção são o branco, o verde e o vermelho, o que também nos remete aos Malatesta.
A coleção é inspirada no modelo humanístico tanto pela escrita em littera antiqua na maioria dos códigos, existindo também escritos em gótica ou semi gótica, quanto em textos de autores clássicos e óperas gregas traduzidas, com particular predileção pelos códigos históricos e pelas descobertas dos humanistas contemporâneos.
Os manuscritos, encomendados ou adquiridos por Malatesta Novello, 150 mais ou menos, integram a biblioteca que já possuía códigos ainda mais antigos. Se uniram à coleção textos de medicina, ciências, filosofia e literatura, quatorze códigos gregos e sete hebraicos o que totaliza 343 manuscritos.
Essas relíquias sobreviveram à invasão napoleônica, onde tudo que pertencia ao Estado fora destruído, graças ao fato de Malatesta Novello deixar a biblioteca sob os cuidados dos frades, mesmo pertencendo à “prefeitura”, sendo assim, os invasores não poderiam destruir os códigos. Mesmo assim, com a notícia da invasão, os frades esconderam toda a coleção sob uma parede falsa de um altar de uma igreja da cidade.
Hoje, os códigos estão novamente dispostos sobre os bancos, acorrentados como antes mas, infelizmente, seu manuseio não é permitido. Uma visita virtual à Biblioteca Malatestiana e seu patrimônio, contudo, é possível de ser realizada através do site http://www.malatestiana.it/ .
By Maurizia Rossi
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